sábado, 22 de dezembro de 2012


Origem das Espécies
                                       

Cada origem é uma explosão de possibilidades;
Nela surgem coisas e pessoas, a natureza em si mesma;
Os ciclos tomam uma dimensão controladora;
E os seres humanos dão mostra de que podem amar;
Adão e Eva, Lívia e Júlio? Tanto faz.

Evoluem assim as imperfeições.
Tomamos feições bárbaras e comumente abdicamos do sublime;
Máquinas, tecnologia e propriedades frias gelam as relações;
E nos transformamos em espectadores,
Passando a viver em permanente estado de sítio.

Retoma-se temporariamente o carinho, o abraço e o afeto;
O horizonte aponta para a civilidade;
Ledo engano, explodem as bombas existenciais de Hiroshima;
Por decreto fechamos as portas, janelas;
Trancados e sós, ficamos com nossas escrivaninhas;
Na rua, a vida deixando-se desperdiçar por entre os becos.

Desaprendemos a andar de mãos dadas;
Tudo é côncavo e convexo, multicêntrico;
Mas as fraquezas continuam unânimes.

Apesar disso tudo, e bem entendido;
Existe o nosso mundo, nossos afagos secretos e abundantes;
Eles remetem para dias mais floridos e promissores;
Unem nossas almas, sedimentam novas pessoas.

Tudo isso me faz pensar do lugar que surgimos;
Pensar que somos diferentes dos outros;
Não melhores, mas verdadeiros;
E se isso não bastar, visto que somos matéria;
Criaremos outra dimensão.

Afinal, não viemos mesmo da terra, talvez caímos de espaçonave;
Somos através das bondades dirigidas um para o outro;
E caso não parecer prudente nesses tempos;
Criaremos uma nova origem, um novo estado de natureza.

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