sábado, 22 de dezembro de 2012


Meandros de amor, Roteiros de Encontros e Despedidas

(Para Juliana Cintia)



Voa para buscar o tempo adormecido,
Tentando entregar o teu lugar a mim.
Depois da chuva eu sempre te encontro;
E mesmo ao permanecer pálido e tonto,
Sei reconhecer que a saudade, entristecida,
Pode ceder seu espaço para anunciar.

Solte os teus cabelos, suja o teu semblante!
Não espere que eu te acaricie com o agora,
Pois há muitos montes que obscurecem...
Eu quero que o viver seja um enlace,
Mesmo sabendo que a vida rasgue laços,
Sei que há amores que só crescem.

Vive junto à solidão como os dias sem vento,
Parando a cada ciclo vencido pelo cansaço.
No parapeito dos sentimentos saiba-se viva,
Sorvendo os rumores de saudade.
Que na beleza dos dias tu consigas morder a mesma maçã,
Amadurecendo como os cachos de uva...
Dê-me o alento, me puxe pelo braço!
Quem sabe também não acompanhe teu caminho.
Sei também compreender, transfigurar a criança sã.
Só não me deixa padecer sob as minhas amarguras.

Se me tiveres assim como a fórmula ao Alquimista,
Terás não só a mim, mas os meus anseios.
Serei muito mais que companheiro de dança,
Nesse louco desígnio que tanto acomete os amantes.
Me dá a proteção do zelo substantivo.
Concede também as preocupações dos destinos alheios,
Sabendo me contaminar com alegorias de esperança.

O que pedir a ti, se já tanto fazes?
Logo tu, que descobres os meus segredos a cada alvorada,
Propiciando sublimes ciências.
Não quero que apodreças junto!
Quero que vivas muito mais para compensar...
Sei que já pensastes muito ao meu lado, mas é hora de ir.
Sou quase aleijado para coisas que poderia até alcançar.
E tu ainda és vigorosa, rica de sentidos e essências.
És o bálsamo que anda a perfumar este defunto!

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