quarta-feira, 17 de agosto de 2016



É o frio dessa noite que me move, T...
---- E tudo que viveu antes, em nada te acrescentou?
 Claro, somos tudo aquilo que alcançamos, mas preciso direcionar energia, não posso me perder nas desilusões e viver tautologicamente. O passado não remenda nem sequer a felicidade, uma vez que esta é tão fugidia e circunstancial. Decerto há deuses internos que reavivam pequenas chamas de sentimento, porém somos paisagem em moldura formatada.
---- E o que há de novo?
A energia, o sopro de realização que a alma experimenta ao tocar o universo humano em toda sua potência. A expansão do mundo das coisas é sincrônica à da consciência. Não tenho receio da contradição, só não quero falar de produto, de convenções, haja vista que tudo isso empobrece os sentidos. O agir é movimento, pode ser fracasso e/ou sucesso.
O hoje tem sido essa economia do desejo, companhia que me ensina e alimenta. É o frio dessa noite que me move... 
--- Vamos dormir, J, amanhã é hora de recomeçar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"Essa minha nova cara realça meu ente velho.
Dureza é uma ferida que abranda, só bastando o silêncio.
A sabedoria vem como vitória em Alexandria:
Salgada com o sangue de batalha.
E cada mistério tem beleza ao desvendar-se.
Instável e profética, a natureza mede os viventes.
Aqui é que permaneço em carcaça,
Embora sinta a jovialidade do espírito."

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

"Quatros pernas entrelaçadas retêm mais vida,
Que, compartilhada, é muito mais que horizonte.
Da nossa varanda as mãos criam asas,
Tocam as memórias e o instante como polaroides-
-Revelam fotos sóbrias e belas.
A imaginação é o discurso do nosso amor,
Não precisa de vazios.
Tudo é dito pela flecha do desejo:
A densidade do eterno.
Tal qual a seiva vegetal,
O bem querer deriva de cicatrizes;
São marcas de escolhas...
Singeleza das árvores mais velhas."
"A sua alegria melanina adoçou meu coração albino."

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Peregrino


Alegremente passeei
A dois fiz fantasia,
Jogando açúcar e sal
Parecia que o mundo se abria
Era muito mais do que viagem
Eram tantos os fardos,
Alforges de mim pesados
Eram cores singelas
Senti em seus afagos a doçura,
Estanquei com frágil atadura,
Errando a porta entre tantas janelas.

Coisas banais a contragosto
O ditado quase sempre vivido
Patente de capitão consegui;
Não era muita coisa naquela época,
Mas sem querer o que havia,
Tive os sonhos que pude
.
.
.

Não diria que padeci em absoluto,
Ao certo, senti várias espécies de horrores
Confesso que caí sem ter morrido
Se fosse somente para estar ali,
Seria o dono da capitania
Padeci em teia de convenções,
Amolando a faca que matou duas gerações de mim

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pobre Rima Rica



Esta tarde tão quente e curta
Não incomoda a pedra filosofal.
O ego apenas toma uma forma oval...
Nem vontade sinto de escrever esse poema.

sábado, 23 de agosto de 2014



Curioso é arder em chamas quando
o extintor a poucos metros está.
Camões, desilusões, paixões, razões, contradições:
Sentimentos são cenas de Lisbela,

Serei eu o prisioneiro?