sábado, 22 de dezembro de 2012


Encontros Consonantais



A felicidade é ortográfica...
Vai exigindo pontos, pausas e circunstâncias;
Já o bem é toda a gramática, ao mesmo tempo preciso e corredio;
Em tudo inspira tempos e modos verbais
(sempre é tão difícil achar as corretas conjugações!)
Com tantas interpretações, nunca foi tão fácil exceder...

Se soubesse exprimir toda a morfologia, roubando enigmas, mergulharia...
Com tanta certeza saberia eu mudar o destino das classificações ranzinzas;
Decerto nunca mais me faria acompanhar.
A quem falaria das novas possibilidades linguísticas?

Quisera eu saber a letra do tempo que ficou inscrita nas tábuas babilônicas!
Só assim me afogaria em um vazio sufocante do aprendizado (emergiria para contar sobre a escrita cuneiforme)
E como alguém que respira é que apresentaria um manual.
Falaria sobre a arte do bom sentimento, da loucura máxima da entrega...
E por ser um tema tão espinhoso é que insistiria na energia que se perde ao negar;
As paixões e os medos ficariam sob as suas rédeas como pupilos,
- o edifício gigante da alma sempre arruma um jeito de zombar-
Tema doce e malicioso forjador de pulsões: o amor.
Que outro sentimento passaria por esses dois pontos?

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