Manobras de Viajante II
Passeio perante os monumentos rasgando
desígnios
do mar de cinzas em que rasteja a
salina,
se calcificam algumas memórias
o tempo braveja sem razão o que
mal rege,
colocando os dedos na fronte que melhor
me escondo
no acordar para as pressões que
pedem,
deixando o calibre pesado para os
disparos
E de repente tudo volta a ser...
o ar fica rarefeito e o peito se
enche de vazio
no que resta de tanta labuta.
Como é [horroroso] simplificar os
contrastes
sacrificar as tonalidades vivas
ao negrume do medo
saltar os olhos aos corcundismos
e aos clarões
a satisfação de se ver vencido
pelo carrasco
entregar devaneios aos que pedem
chegar ao topo sem aparente
esforço
Trânsito entre estradas remotas é relativo
tanto quanto reconhecer as rotas
do mesmo caminho impactar-se sem o quê
pouca coisa é interessante
esses maremotos, convulsões,
fazem às vezes o papel de profetas
Anseio pela multidão assim como outra
[pessoa, lugar ou sensação reflexiva]
assim mesmo, desencontro
olhar distante rumo ao centro da praça
rumo ao labor desencontrado
aquelas caras guardando pessoas
e nem observo os contornos
Tenho medo dos lados, possível falta
não sei se na causa ou efeito
desvencilharão conceitos
ou murmúrios ardentes
de amiga só sei da natureza
que a continuidade não permite
arroubos de juventude,
pois entre arbustos não há paixão
Passível de faltas no trajeto
falham até as próprias pernas
em sinal de caridade
nessa louca imagem,
nessa ínfima ação
Tudo conhecido
o que entre pessoas é pacto,
para nuvens é marasmo
respaldado em sonho
paralisante...
pois o deslocar nem sempre transgride
as coisas feitas para atrair atenção
e o amável sabe onde achar
sem depender de espaço
as referências
Nem é preciso sair
para ascender em pulsão
encontrar vestígios de alguém
que está em largo baú
do acaso que flertou
com o desejo de ver as coisas a passar
Eu já contei os postes
Eu já cortei imaginariamente os objetos
as lâminas da janela açoitavam
eu tirava do porvir a infância
do carro em movimento
ia tirando as abas
do que me afastava das delícias do prazer.
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