quarta-feira, 27 de junho de 2007

Chegada ao claustro

Chego sempre às oito da noite
Trago comigo a minha existência e meu cachorro
A minha casa aparece como um sonífero
E minha dor é única...

Olhando para minha vida,
Reflito e distingo dois momentos:
O que fui e o que não serei,
Deste último é que mais temo,
A minha degradação em si mesma
Vanglorio-me de ser o mais aflito,
O mais miserável dos seres

E para me me entorpecer e esquecer que sofro,
Esse exercício às vezes torna-se inútil,
Pois o despertador sempre toca às cinco da manhã,
E o cheiro da fábrica ainda me faz operário.

(Luciano Katoslt)