Cyber Sibéria
Dança comigo, doce
bailarina dos bytes cibernéticos,
Pixels de um sentimento
sem fim.
Até onde a tua carne
me apregoa o medo,
Quando o que vejo em ti
é misto de desejo e segredo;
Fontes de um apegar-se
a mim?
Canções digitais não
suspendem a última voz,
Pois faceiro em si
mesmo é o sangue, que escorrendo,
Inunda o meu ser e a
vida inteira;
Razão de tudo é o
mistério que nos domina, desafia;
Que, pondo em xeque a
certeza defendida,
Tira da inércia um ser
amedrontado, mente doentia;
(Não sabe amar nem
tentando ser poeira)
.
.
.
Queria eu achar uma
relação de braços dados;
De home pages distantes
ou de corpos aglutinados;
Que diferentes e a seu
modo, me fizessem vivo;
E na sua inteireza e
complexidade, com todos os seus pecados;
Colocassem-me em
posição de guarda, a espreita...
O sentido morre e
renasce,
Sempre há rumores
estraçalhados pelos neurônios indiscretos.
Cabe resistir, porque
as energias fluem,
Procurando dar abrigo e
felicidade àqueles que se deixam.