Manobras de viajante
Painéis de fibras, corpos selvagens...
Quem sabe onde os nervos levam quando há vida?
Quem dirá o que se vive quando tudo não se sabe?
Diante de pandora, só ordens, ordens gritadas por capatazes.
Uma dimensão abstrata longínqua me manda parar.
Pergunto e paro, mesmo sem saber direito o que sucede.
Não abdico de nada, porque tudo já tomaram;
Gosto de você se despedaçando em minha paisagem;
Só assim permito-me rir dos macetes das maçanetas.
Os mundos são tão aqui, nesse mesmo!
Consigo um Rinoceronte negro diante de uma platéia.
É como se os meus olhos tivessem espessos de fuligem,
E você fosse mais uma aberração entre tantas outras.
Mas no fundo sei que está lá, sempre soube...
Não sei o que me faz ter algumas certezas, algumas...
Há sentimentos que são repetições seculares, não sei se;
Não sei como sobrevive-se ao fardo de estar junto.
Descobertas, faço muitas, porém, com poucos suores.
A preguiça é um consolo enquanto o nada está perto.
E milhares de vidas esvaem-se quando não te toco;
E, embora a cegueira me debilite, salto pelos poros.
Quero algo, quero circunstritamente figuras de mulher.
Quem diria ao camelo que tudo é água em seu estômago?
Logo ele, tão desacostumado, áspero por constituição!
Só o acaso vai fazer de nós, viajantes, pendores do
encontro.
Porque quem vai acumula massa vital, perde e ganha gorduras.
É como um caixeiro que encontrou pouso no pântano;
Como cabana presa entre penhascos da Escandinávia.
Meu querer apenas existe, resiste nesse silêncio...
O alvo, a mira e o tudo mais existem apenas quando penso
doçuras.
A mente de um condenado dirige sua atenção para coisas
simples;
É nesses termos que espero o acaso, preciso de formas...
Se uma delas se destacar e me preencher, será eleita.
Serei um paizinho de meia idade que se deixa humanizar pela
filha;
Logo ela, a mais nova, a mais espirituosa, a mais
desengonçada...
Ela que tanto cativa, será rebatizada com o nome de
Maria Felicidade.
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